O novo romance de Andréa del Fuego, escritora distinguida com o Prémio José Saramago, conta-nos a história desconcertante de uma mulher invulgar que toma as rédeas do seu destino. Semifinalista Prémio Oceanos 2022 Finalista Melhor Romance Prémio São Paulo Literatura Cecília não encaixa em estereótipos: é casada mas não tem nem deseja ter filhos, quase nem olha para o marido mas vive uma sexualidade plena fora de portas, e é pediatra mas detesta crianças. Exacerbadamente egocêntrica e pragmática, orienta o seu quotidiano de acordo com caprichos, sem compromissos nem sentimentalismos. Está bem instalada na vida que construiu: um consultório bem-sucedido, um casamento aborrecidamente estável e uma vida interior selvaticamente livre. Tudo ameaça mudar quando surge em cena um pediatra humanista, atento às medicinas alternativas e aos partos naturais, que começa a roubar pacientes a Cecília. Ao mesmo tempo que o casamento vai ruindo, o filho do seu amante desperta na pediatra sentimentos que ela nunca antes imaginara. Nesta encruzilhada, Cecília vê-se compelida a repensar os caminhos da sua vida, comovendo e pertindo o leitor em doses generosas. "Impossível não se deixar seduzir pela fúria insana de Cecília, a pediatra canalha. [...] O humor vil de Del Fuego tanto choca quanto fascina, nesse cirúrgico absurdo literário passado no sacrossanto momento do parto." Fernanda Torres "Um livro impiedoso e deliciosamente sarcástico. Cecília é uma das personagens mais apaixonantes que li este ano." Tati Bernardi, Folha de S. Paulo "A linguagem parece refletir a personalidade da protagonista, Cecília, uma médica que não cria laços afetivos com nada nem com ninguém, e cujas ações, ainda que delirantes, são absurdamente pragmáticas e visam tão somente satisfazer seus interesses mais imediatos, muitos deles frívolos e antiéticos. [...] A pediatra faz uma crítica à superficialidade com que julgamos as pessoas e as profissões." O Globo Sobre a obra de Andréa del Fuego "Uma [prosa] das mais estimulantes de entre as que se escrevem em língua portuguesa hoje em dia." José Mário Silva, Expresso "[Um] domínio perfeito da linguagem [...]. A exatidão das palavras transfigura a realidade, fazendo do mundo possível o mundo real. Não é essa a função da literatura?" Eduardo Pitta, Sábado "A escrita surpreende insuspeitados recursos de estranheza na coloquialidadequotidiana e desenvolve-se num ritmo muito seguro, perturbante e por vezes quase alucinatório." Vasco Graça Moura "Um estilo conciso, frases que golpeiam, a beleza sem artifícios da origem do mundo." Pílar del Rio